Alice (Mia Wasikowska) é uma jovem de 17 anos que passa a seguir um coelho branco apressado, que sempre olha no relógio. Ela entra em um buraco que a leva ao País das Maravilhas, um local onde esteve há dez anos apesar de nada se lembrar dele. Lá ela é recepcionada pelo Chapeleiro Maluco (Johnny Depp) e passa a lidar com seres fantásticos e mágicos, além da ira da poderosa Rainha de Copas (Helena Bonham Carter).
Max, um garoto travesso, foge de casa depois de uma briga com sua mãe. Durante sua fuga, usando a imaginação, ele cria uma floresta habitada por animais selvagens e monstros exóticos, onde ele é o rei.
Trailer dublado
Saiba mais sobre o filme. Leia as críticas nos sites abaixo:
O tema central do filme está no desenvolvimento da criança, na fase de transição para a adolescência, no momento da afirmação da identidade.
Um momento de individualismo e egoísmo em sua plenitude, quando a criança tem que se defrontar com os limites impostos pelo convívio no coletivo e começa a perceber os conceitos de ética.
Mas é um momento difícil, principalmente para uma criança como o Max (nosso herói), cuja ausência da figura paterna é marcante e lhe força a desenvolver a própria personalidade de forma solitária a traumática.
Na história, Max se desentende com a mãe (que estava com um novo namorado, a desafiar seu lugar de exclusividade. Ele também tem ciúmes da irmã, que prefere os amigos adolescentes) e foge de casa, afastando-se demais e isolando-se à beira mar. A partir daí, Max desenvolve um mergulho em suas fantasias,onde se defrontará com as manifestações de sua personalidade em desenvolvimento, típicos de qualquer criança em sua fase.
Refugia-se então em uma viagem em alto mar, desafiando os perigos típicos de um grande aventureiro, parando em uma ilha selvagem, terra habitada por criaturas enormes e peludas, e se proclama rei. Ali ele se confronta com seus sentimentos: a carência, a agressividade - a tal inocência cruel das criancinhas, a amabilidade e criatividade espontânea, a contemplatividade e melancolia, a disponibilidade e companheirismo e um único sentimento externo à Max - o materno. E, principalmente a confusão egocêntrica e a impetuosidade de Max. Este sentimento na verdade vem caracterizado numa figura - um dos bichos peludos - aconchegante e protetora, uma imagem paterna, que lhe serve de referência de afirmação, que se elabora a partir do ego e de seu confronto com o mundo.
Aliás, todos os sentimentos estão configurados nas criaturas enormes e peludas, que o criativo diretor Spike Jonze faz questão de criar em atores usando pesados trajes - fantasias, numa clara homenagem à infância perdida de outrora, diferente dos tecnológicos tempos modernos.
São os sentimentos que esboçam na criança, em fase de transição, o arcabouço ético do mundo adulto. Vejam este trecho de uma crítica do JORNAL DA TARDE (SP - 16 - 01 - 2010):
"Recebido com festa por então inofensivos monstros, Max logo se autoproclama rei. Uma boa bagunça parece a solução perfeita para esquecer os problemas de casa, e o garoto se vê feliz e seguro com os novos melhores amigos. Confiante e imponente com sua coroa dourada por cima da fantasia de lobo, Max usa seus poderes de rei para prometer felicidade, e convence os grandes súditos a construir uma fortaleza para proteger o reino de invasores."
"Mas quando alguém se machuca e põe fim às brincadeiras, o garoto aprende que até os monstros têm neuroses e fraquezas. Assim como no complicado mundo dos adultos, as criaturas sofrem com insegurança, medo, desconfiança. As juras de amizade se perdem em acusações. Questionam: E se Max não for rei de verdade?."
"Amedrontado por agora terríveis monstros, Max precisa demonstrar segurança e dizer, sem ter certeza, que tudo terminará bem, sob o risco de ser devorado pelas criaturas. Nessa hora, então, bate saudade do lugar acolhedor onde pode ser apenas criança. Hora de voltar para casa."
Ou como propõe o slogan publicitário do filme: "Dentro de nós está tudo o que você já viu, tudo o que você já fez, todos que você já amou. Há um dentro de todos nós."
De todo modo, um filme belíssimo, de apurada elaboração artística e filosófica, que deve ser degustado e saboreado. Belas imagens, música envolvente e que cria outras dimensões afetivas e narrativas para os temas.
Preparem seus alunos para uma aventura diferente, para um filme pouco usual, e no entanto especialíssimo. Indicado para as turmas de 5as. e 6as. séries e equivalentes anos.
Ações propostas
Eixos Temáticos
- Sociedade
- Cultura
Temas Transversais (PCN)
- Ética e Cidadania
-Linguagem e comunicação
Podem ser propostas redações que motivem e provoquem as crianças para materializarem (em texto) sobre os seus "monstros", a percepção do mundo em seu redor e o significado desses elementos em suas imaginações. Questões ligadas à família, ética de grupo, vida comunitária, respeito à diversidade também são pertinentes ao universo abordado.
Os professores de geografia e história podem se aproveitar das belas locações e cenários para trabalharem as noções de ilhas, continentes, desenvolvimento da civilização e da cultura humana, apesar de terem que abordar estes temas por aproximação, pois não são temas diretamente discutidos pelo filme.
Em ciências temos as questões ligadas ao ciclo das águas e ecossistemas, também abordados por aproximação.
titulo original: (Invictus) lançamento: 2009 (EUA) direção: Clint Eastwood atores: Morgan Freeman , Matt Damon , Tony Kgoroge , Patrick Mofokeng , Matt Stern duração: 134 min gênero: Drama
Recentemente eleito presidente, Nelson Mandela (Morgan Freeman) tinha consciência que a África do Sul continuava sendo um país racista e economicamente dividido, em decorrência do apartheid. A proximidade da Copa do Mundo de Rúgbi, pela primeira vez realizada no país, fez com que Mandela resolvesse usar o esporte para unir a população. Para tanto chama para uma reunião Francois Pienaar (Matt Damon), capitão da equipe sul-africana, e o incentiva para que a selação nacional seja campeã.
No dia 05 de maio os alunos da EMEF “Elpídia Coimbra” foram ao Cine Teatro Alegria para assistirem o filme “Tá chovendo hamburger”. Foi um dia de socialização e aprendizado.
No dia seguinte, os professores trabalharam algumas questões abordadas no filme comparando-as ao dia-dia das crianças como a boa alimentação, o desperdício de alimento, a gula e o lixo. Os alunos produziram textos e desenhos.
Os trabalhos dos alunos estão exibidos abaixo (clique nas imagens para visualização mais detalhada):
Todos os trabalhos podem ser baixados no seguinte link:
direção: Jorge Blanco, Javier Abad e Marcos Martínez
atores: Dwayne Johnson, Jessica Biel, Justin Long, Seann William Scott, Gary Oldman, John Cleese
duração: 91 min
Sinopse Planeta 51 é uma divertida aventura intergaláctica repleta de criaturas estranhas e alienígenas!
O grande herói americano, o incrível astronauta Capitão Chuck, acredita ser o primeiro homem a descobrir o distante Planeta 51. Mas ao explorar o local ele faz uma descoberta chocante, o planeta já é habitado... e por pequenos seres verdes!
Esses seres são muito parecidos com os humanos: eles convivem um com os outros em paz e harmonia, em uma comunidade pra lá de estranha. Mal sabe Chuck que o maior medo desses seres verdinhos é, justamente, ele - um HUMANO!!!
Agora Chuck conta apenas com a ajuda de seu robô "Rover" e o seu novo amigo Lem, para escapar do terrível destino de se tornar uma peça de exposição do Museu de Alienígenas Invasores do Planeta 51.
Veja os trailers:
O filme nos oferece pontos importantes para a discussão em sala de aula.
Um primeiro ponto diz respeito ao estudo do universo e do sistema solar: o personagem “Lem” é um monitor em um Observatório Astronômico e entre suas funções está a de dar pequenas palestras sobre o universo, tendo por base informações que, descobriremos ao longo do filme, são equivocadas. Reflete não apenas a evolução da ciência, como também outro ponto fundamental do filme: o desconhecimento como causa do medo. Por imaginarem que são o centro de um universo muito pequeno (de apenas 800 Km de diâmetro), criam o mito da ameaça do alienígena, no caso os seres humanos.
O filme faz esta inversão de papéis, destacando o equívoco e a falta de informação, que geram o preconceito. Um ponto interessante de abordagem é o fato de que as noções de "comum" e "diferente" são relativizadas, sendo encaradas como realmente são: convenções. Há uma importante cena em que Lem discute com o astronauta Chuck quem é o alienígena. Daí decorre a discussão sobre se o desconhecido, o diferente, o estrangeiro é necessariamente o “mal”, ou se o “mal” e uma construção cultural, essencialmente, sendo o diálogo, a compreensão e a tolerância o melhor remédio contra a guerra.
O exército aqui é, inclusive, visto como uma força sustentada na ignorância, trazendo até a figura do cientista/ideólogo que formula os conceitos (ou pré-conceitos) que dão direção às absurdas ações das forças armadas.
Outros pontos importantes: os meios de comunicação, especialmente a imprensa e o cinema, como grandes formuladores de ideologia e da imagem das coisas sociais, incluindo o aspecto da economia dos negócios da comunicação. Um ponto importante é mostrar às crianças que é necessário ter, como Lem, uma postura crítica diante daquilo que é veiculado na mídia.
E as personagens e suas funções sociais: o grupo de pacifistas, o herói que necessita da ação em grupo, da ação coletiva, para obter sucesso, a família e a escola, que formam uma rede social interativa.
O filme rebusca semelhanças dos habitantes do Planeta 51 com a humanidade, remetendo aos hábitos da sociedade norte-americana da década de 1950, e a produção executando um desenho aprimorado, com os cenários, a arquitetura do planeta e até mesmo a tipografia desse ambiente extraterrestre sendo constituídos com fortes referências à este período histórico dos EUA, adicionando detalhes de alta tecnologia do mundo atual, o que nos dá material para atividades ligadas à ciência e tecnologia.
titulo original: (The Princess and the Frog) lançamento: 2009 (EUA) direção: Ron Clements , John Musker atores: Anika Noni Rose, John Goodman, Terrence Howard, Keith David, Bruno Campos duração: 97 min gênero: Animação
Tiana (Anika Noni Rose) é uma bela jovem que vive em Nova Orleans. Desde criança ela sonha em ter um restaurante próprio, o que faz com que tenha dois empregos e junte o máximo de dinheiro possível. Para conseguir a quantia necessária para que possa enfim alugar o imóvel de seus sonhos, ela aceita trabalhar na festa realizada por Charlotte LaBouff (Jennifer Cody), sua amiga de infância. Charlotte deseja conquistar o príncipe Naveen (Bruno Campos), que acaba de chegar à cidade. Entretanto, um incidente faz com que Tiana troque de roupa e, no quarto de Charlotte, use um de seus vestidos. É quando surge um sapo, anunciando ser um príncipe e pedindo a Tiana que lhe conceda um beijo, para que o feitiço nele aplicado seja quebrado. De início Tiana acha a ideia repugnante, mas aceita ao receber a promessa do príncipe de que conseguirá para ela a quantia necessária para concretizar o aluguel. Só que, ao beijá-lo, ao invés dele se tornar humano novamente, é Tiana quem se transforma em sapo.
Veja os trailers:
Tópicos para reflexão
Linguagem com animação tradicional da Disney.
Os sonhos são os materiais iniciais da ação. Criam-nos objetivos e motivação. Aderir aos sonhos é essencial para a formação da sua identidade;
A importância do núcleo familiar na formação dos valores existenciais, morais e sociais do indivíduo;
A importância da convivência e o respeito pelas diferenças;
A música como forma de expressão;
As diferenças entre classes sociais são a todo o momento destacadas no filme;
O filme tem um “personagem” essencial: a cidade de Nova Orleans (EUA) e sua variada e extensão cultura formada por diferentes povos.
Curiosidades
A cidade é a capital do estado norte americano de Louisiana, e foi fundada por exploradores franceses, com o nome de Nouvelle Orléans (ver, entre outros, o link). Fundada em 1718, por Jean Baptiste le Moyne. Seu nome é uma homenagem a Filipe, Duque de Orléans, o chefe de estado da França à época. Sendo uma área portuária, na região do importante Rio Mississipi e do Golfo do México, foi desenvolvida por diferentes povos, especialmente das culturas francesas, espanholas e afro-americanas, criando uma cidade multicultural, de marcantes música e culinária.
Tornou-se o berço e um dos mais importantes pólos do Jazz, a tradicional música norte-americana. Os fundamentos deste movimento musical estão na intensa e variada gama de expressões musicais e cências dos povos que ali conviviam. Tudo estava ao alcance dos sentidos: ópera francesa, folk songs, as danças espanholas, marchas prussianas, canções napolitanas, melodias cubanas, ritmos africanos, blues, spirituals, shouts, ragtime e outras expressões musicais.
Até os anos de 1930 a cidade foi a “capital do jazz”, formando e exportando grandes músicos de jazz (ver, em especial, esse link). Hoje retomou seu referencial cultural no cenário mundial e é palco de grandes eventos da música e do Jazz (ver, em especial, o link), além de ter-se mantido como cenário de grandes filmes, compondo o imaginário do cinema americano, desde o clássico “Um Bonde Chamado Desejo” (baseado na peça teatral de Tennessee Williams e dirigido pelo magnífico cineasta Elia Kazan em 1951, com Marlon Brando e Vivien Leigh), até o nosso A PRINCESA E O SAPO.
Características que favoreceram este cenário multicultural:
“Cultivo da tradição franco - espanhola; pela existência de duas diferentes populações negras, a americana e a creole, que gerava uma série de tensões humanas que excitavam a criatividade popular; presença de uma rica atividade musical européia, popular e erudita, e por último, Storyville, o bairro boêmio da cidade, onde todos esses elementos se cruzavam, nos honk tonks, onde todas as classes se entrecruzavam, sem distinções de classes ou preconceitos” (extraído daqui)
O conto de fadas em que o sapo é transformado em príncipe após o beijo da princesa é reinterpretado. Ocorre uma inversão, com a princesa se transformando em uma rã, invertendo a orientação interpretativa: a vida está mais calcada na realidade das ações e decisões que tomamos do que em fatalidades do destino, orientação reforçada no contexto do embate entre os elementos espirituais e místicos – representando o mal e o bem – presentes no filme. Configurados nos personagens do mestre do Vudu e na Maga da Floresta;
Fazemos um passeio pela natureza junto com os sapos e seus amigos. Percebemos a importância de cada bicho para o meio ambiente além de observarmos um pouco sobre o processo de cadeia alimentar (crocodilos tentam comer os sapos, os sapos comem moscas, etc.)
Sugestões de atividades em sala
Artes
·Produção de animação de desenhos em Flip-Book a partir do universo que vemos no filme.
·Apresentação e informação sobre o Jazz: sua história, origens e sua sonoridade.
·O filme utiliza da música como forma de expressão. Propor um trabalho de pesquisa sobre qual música que cada aluno se identifica e que considera sua trilha sonora.
Língua Portuguesa
·Propor redações sobre o tema do filme como forma de despertar a criatividade da criança. Por exemplo, propor produção de texto a partir da pergunta: O que aconteceu depois que a princesa beijou o sapo? O aluno pode criar a história que quiser; ou então: Qual o sonho da minha vida?
Geografia
·O filme se passa em Nova Orleans, local atingido pelo furacão Katrina anos atrás. Usar esse contexto para citar desastres ambientais que estão atingindo o mundo.
·Sugestão da identidade cultural da cidade de Serra, que é também formada por uma diversificada gama de influências culturais, principalmente dos povos europeus e africanos. Um paralelo entre o jazz e o congo como formas da expressão musical de origem afro e sua conversão e adaptação em terras americanas, no norte e no sul;
·Pedir para o aluno listar três animais que aparecem no filme e dizer quais suas funções e importância para natureza.
·Propor um trabalho sobre as diferenças de classes sociais comparando o que vemos no filme com a nossa sociedade.
História
·Esta é a primeira princesa negra apresentada nos desenhos da Disney.
Avaliar o contexto em que isso se acontece, as características de sua realeza (que são diferentes da realeza tradicional européia. Ela se torna princesa após casar com um príncipe de uma nação africana, onde há uma forte e milenar tradição de realeza e linhagens de nobreza, mas obedecendo outra mitologia).
Utilizar isso para despertar a atenção sobre a cultura negra e suas raízes africanas, em tempos de Copa do Mundo.
Palavra (En)Cantada é um documentário de longa-metragem (86min), dirigido por Helena Solberg, que percorre uma viagem na história do cancioneiro brasileiro com um olhar especial para a relação entre poesia e música. Dos poetas provençais ao rap, do carnaval de rua aos poetas do morro, da bossa nova ao tropicalismo, Palavra (En)cantada passeia pela música brasileira até os dias de hoje, costurando depoimentos de grandes nomes da nossa cultura, performances musicais e surpreendente pesquisa de imagens.
Veja o trailer:
Temas pra abordar na sala de aula:
Aula de Língua Portuguesa
Pré-sessão
·Antes dos alunos irem para assistir ao filme, o professor deve fazer um trabalho de apresentação básica sobre a música popular brasileira e seus principais representantes (aqueles apresentados no documentário), além da influência de poetas (também apresentados no documentário) para o trabalho desses artistas. Isso funciona para o aluno se sentir mais familiarizado com o contexto do filme.
Pós-sessão
·Explicação e contextualização da cultura de cordel. O professor pode dividir a turma em grupos e cada grupo pode produzir um material com os moldes estéticos dessa arte (textos e gravuras típicos dessa expressão popular);
·Exercício de criação de poesia: cada aluno ou grupo sorteia um determinado número de palavras e cria uma poesia com esses elementos;
·Exercício de desconstrução da palavra para encontro de novas palavras e, a partir daí, a criação de um texto, poético ou em prosa; por exemplo, na palavra UNIVERSO encontramos as palavras VERSO, VER, URSO, etc.
·Exercício de criação por meio de uma música da MPB. Através da interpretação da letra, o aluno, em grupo ou não, produz um desenho, recorte de gravuras, vídeo, texto literário, etc.
·Exercício de composição. A turma é dividida em grupos. Cada grupo fica com uma poesia ou prosa de algum dos escritores apresentados no filme. Cada grupo pode musicar a poesia ou texto, ou compor outra canção inspirada nos textos famosos.
Aula de História
·Apresentação do contexto histórico por meio dos movimentos culturais apresentados no filme (Bossa Nova e Tropicália). O professor pode apresentar questões políticas e sociais que influenciaram esses movimentos.
