segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Parte 2 - Filme "Alice no País das Maravilhas", em cartaz até 31 de agosto de 2010.

Comentários sobre Alice no País das Maravilhas

Alice no País das Maravilhas é a recente obra do cineasta Tim Burton, que já nos ofereceu obras-primas como Batman, Batman, o Retorno, Peixe Grande, Edward Mãos de Tesoura, Noiva Cadáver, Ed Wood A Lenda do Cavalheiro sem Cabeça, entre outras obras de um estilo único, sempre marcado pela fantasia , pelo humor, a ironia e a inteligência.

O seu Alice é uma visão própria sobre a obra clássica do escritor inglês Lewis Carroll, e tem no elenco seus fiés escudeiros Johnny Deep, como o Chapeleiro Maluco, e Helena Bonhan Carter, como a Rainha Vermelha (que na verdade é personagem do segundo livro de Carroll, Alice Através do Espelho), time complementado pelas excelentes Anne Hathaway, interpretando a Rainha Branca, e a estreante Mia Wasikowska, que assume a responsabilidade de ser a protagonista do filme.

Tim Burton atualiza o personagem (criado como brincadeira por Carroll em 1862), mostrando Alice aos 19 anos e em processo de passagem para a maturidade, deixando a infância e enfrentando os desafios de uma sociedade conservadora, que lhe cobra procedimentos e comportamentos convencionais e puritanos, que impedem a mulher de seu desenvolvimento autônomo (relegando-a ao papel de esposa ou de solteirona fracassada), e  sendo pressionada pela família a aceitar um casamento destinado a salvar financeiramente a família (o noivo é filho de antigo sócio de seu falecido pai).

Neste contexto vitoriano (a Inglaterra no final do Século XIX), o filme elabora um pequeno conto feminista, uma história de superação. Alice, aos 19 anos, está órfã de pai, porém fortemente ligada a ele pelas memórias e referências de liberdade, empreendimento e decisão, com um destemor ao impossível. Na batalha final, em que enfrenta o símbolo maior de superação, o dragão Jabberwocky, para salvar o reino da imaginação, Alice recita, trás para este momento, um ensinamento de seu pai: todo dia enumera, antes do café matinal, seis coisas impossíveis, mas determinantes para se prosseguir em frente.

Assim, ela busca entender as coisas impossíveis que estão lhe acontecendo:

1.Uma poção que lhe faz crescer;
2.Um Bolo que faz crescer;
3.Animais podem falar;
4.Gatos podem desaparecer;
5.Existe um lugar chamado "País das Maravilhas";
6.Eu consigo matar o Jaguardate (o nome traduzido do dragão Jabberwocky).

Ou seja, é importante acreditar em utopias, traçar horizontes, traçar motivações para o esforço de superação, dimensionar os reais contornos das dificuldades, subverter os símbolos pré-determiandos e com isso garantir o pleno desenvolvimento pessoal.

Alice é órfã e está sendo praticamente empurrada para um noivado e casamento precoces. Ao ser pedida em casamento pelo filho de um dos amigos do falecido pai, um dândi sem graça, ela enfrenta uma decisão que a colocará definitivamente no mundo dos adultos. Na festa que foi tramada para que ela diga sim, ALice avista um misterioso coelho no jardim, olhando seu relógio. Seguindo o animal, Alice cai no buraco que a leva ao Mundo Subterrâneo, cenário de aventuras das quais ela não retornará a mesma.

Burton jamais adaptaria um clássico dessa envergadura se não pudesse, de alguma maneira, subvertê-lo ou, no mínimo, transcendê-lo. A ideia de levar Alice (Mia Wasikowska) de volta ao País das Maravilhas parece suficiente para atingir ambos os objetivos. Ao chegar lá, sua identidade é posta em dúvida por todos que reencontra. Somos inoformados, a esta altura, que só a verdadeira Alice será capaz de confirmar a profecia e enfrentar o dragão Jabberwocky para salvar o mundo subterrâneo do maligno domínio da Rainha de Copas (Helena Bonham Carter). Ela tem que provar sua verdadeira identidade e, mais ainda, estar à altura do desafio que enfrentará. O Chapeleiro Maluco (Johnny Depp) é o único que acredita na identidade da jovem e na sua capacidade de resolver a questão, que tem a ver com uma disputa antiga entre a rainha de Copas e sua irmã, a doce Rainha Branca (Anne Hathaway).

Ações Pedagógicas

Quanto às ações pedagógicas, o filme perpassa muitos temas e eixos:

Eixos Temáticos

- Trabalho: Alice deve superar as condições morais da sociedade, que condenam a mulher à papéis secundários, e desenvolver seus potenciais de empreendedora, apresentando-se como substituta dos planos mirabolantes de seu falecido pai.
- Sociedade: as formas de organização e estratificação dos papéis sociais estão presentes no filme, no contexto da sociedade Vitoriana, na Inglaterra do Século XIX. Fonte de pesquisa para História e Geografia.
- Cultura: o filme favorece ao debate sobre os traços culturais das sociedades, suas características particulares e a interações entre os diferentes.
Temas Transversais (PCN)

- Ética e Cidadania: questões ligadas ao respeito às diferenças e à unidade na diversidade.
- Meio Ambiente: interação em um ecossistema.
- Sexualidade: As mudanças e dilemas das fases de transição.
-Linguagem e comunicação: A construção da identidade, ou as dificuldades da elaboração de linguagens e possibilitem a intercomunicação e a comunicação da verdade de cada um.
Língua Portuguesa
A leitura e conhecimento da obra de Lewis carroll.

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